Mais amor e menos sexo

Mais amor e menos sexo

Hoje, pelos vistos, tirei o dia para conversar sobre os cromos da Igreja Católica. Então continuemos. Pois o Monsenhor Luciano Guerra, reitor do Santuário de Fátima e sexólogo por força da missão, anunciou que “O Santuário de Fátima vai apelar à moralização da sexualidade no próximo ano". A ideia, segundo Monsenhor Luciano Guerra, é “mais amor e menos sexo”. E acrescentou: “Vivemos um tempo de degradação em que as mulheres quase não podem ter filhos e a Europa está a morrer” e que “é necessário promover a procriação e condenar o adultério”.

Monsenhor não esclareceu como é o que o marketing de Fátima vai “promover” a procriação. Aguardemos. Porque, entre muitas virtudes, a Igreja é perita nos talentos da paciência e da criatividade.

Graciosamente, e para desconto dos meus pecados, aqui ficam algumas sugestões ao Magnífico Reitor para a “campanha de promoção da procriação”:

- Oferta de preservativos furados (sem se notar) aos peregrinos que aparentem o ar suspeito de quem não quer apanhar SIDA;

- Absolvição replicada aos pais crentes que tenham gémeos (número de réplicas = número de gémeos – 1);

- Penitência especial (uma volta suplementar de joelhos ao Santuário) por cada “queca” sem efeito de gravidez;

- Proibição que algum dos crentes diga “foi bom, quero mais” depois de consumado um coito procriador;

- Proibição que algum dos crentes contacte, toque ou goze em zonas não procriáveis (recuperando a velha e esquecida tradição do lençol medieval com um buraco a ser usado, depois de devidamente direccionado, nos contactos imprescindíveis entre o casal procriador).