Parceiros: existe um limite?

Parceiros: existe um limite?

 

Um tema que ainda é tabu na nossa sociedade é o mote do filme “Qual o seu número”, que estreia nesta sexta-feira, 14 de outubro, no Brasil: o número de parceiros sexuais ainda conta na reputação de uma mulher? O longa conta a história de uma jovem que descobre em uma pesquisa que mulheres com mais de vinte parceiros sexuais têm menos chances de casarem.

 

Influenciada pelas amigas, que não aprovam a sua “conduta”, ela tenta reencontrar os 19 caras com quem já saiu e ver se algum deles é o seu príncipe encantado. Comportamentos como o das amigas da personagem ainda são comuns no dia de hoje? As mulheres ainda são julgadas pelo número de homens com quem já dormiram?


Ainda há homens – e mulheres! - que pensam que sim. Para Miller Vieira, analista de T.I. de 22 anos, o “problema” não é a quantidade de pessoas com quem a menina ficou, mas sim a “fama” que ela tem. “O número é indiferente. O que importa é se a menina está difamada. Ela pode ter dormido só com dois e não ser nenhuma santinha”, opina.

 

TESTE: QUAL É SEU APELO SEXUAL?

 

Neste quesito, a opinião dos outros, o modo como a mulher é vista socialmente, é o que mais importa para o jovem. “Eu posso não achar, mas se todo mundo achar , você pensa que ela pode estar fingindo para você”, explica o rapaz.

 

Já Paulo Silveira*, 35 anos, garante que o que conta mesmo é o caráter das pessoas. “Ela pode ter dormido com mais de cem caras. Não faz diferença o número, mas, por exemplo, se ela já traiu alguém durante um relacionamento”, garante ele.


Mas, afinal, há um limite para o número de parceiros? A jornalista Letícia F. ficou famosa com o blog “Cem Homens em Um Ano”, que tinha uma meta audaciosa. Ela não conta com quantos caras já saiu desde o começo do blog, mas garante que, na vida, já passou de 100. E daí?

“Isso nunca foi empecilho para mim, para me relacionar com ninguém. Quando não evoluía para um namoro, não era por isso. E também não acho que isso seja válido para todos os homens”, analisa ela, que está em um relacionamento aberto e acredita que a base desse comportamento é uma só. “Além domachismo, tem a questão da insegurança, o medo de ser comparado com outros. A questão do tamanho, do modo de fazer. Isso é tudo uma bobagem! Lavou, tá novo, gente”, brinca ela.

 

TESTE: VOCÊ É MACHISTA NA CAMA? 


Para Marília Ribeiro, secretária executiva de 33 anos, isso nunca foi um problema. Mas como mãe de uma menina de 4 anos, ela garante que vai dar uns toques na filha. “Vou falar para ela se respeitar, porque homem é tudo safado! A mulher passa e eles ficam comentando entre eles o que fizeram, o que deixaram de fazer, e você acaba ficando mal falada. Vou dizer para ela tomar cuidado com quem ela andae também que não são todos os homens que fazem isso”.

Para a arquiteta Lilian Melo*, de 29 anos, as experiências não foram legais. Ela conta que entre as amigas, aquelas velhas “regrinhas” para um primeiro encontro, como resistir ao sexo e só “se entregar” depois da terceira vez, ainda valem. “Já fiz isso várias vezes e me ferrei. Assim como também já transei no primeiro encontro e não foi legal também. Já perdi uma amizade por causa disso, o cara desapareceu”, conta ela.

Mas nada de desanimar! Para a arquiteta, o importante é não dar ouvidos ao que os outros dizem e seguir em frente. “Acho que esse pensamento é mais por parte dos homens, as mulheres não se preocupam mais com isso não. Eles querem pegar todas, mas se sabem que a garota também está num esquema de curtição, ela fica marcada, 'aquela ali é só pra pegação'. Mas não acho que tenha um limite. Se eu estou no número 29 e ainda não é o cara legal, eu vou frear? É o tipo de coisa que não dá pra contar”, garante.